Para Cosson, a sequência básica de letramento literário é
constituída por quatro passos: motivação, introdução, leitura e interpretação.
1) Motivação: É o núcleo de preparação do aluno para entrar
no texto (encontro leitor e obra sem silenciá-los). A construção de uma
situação em que os alunos devem responder a uma questão ou posicionar-se diante
de um tema é uma das maneiras usuais da construção da motivação (COSSON, 2012,
p. 55). A motivação pode ser por meio da leitura, da oralidade e da escrita ou
até de um “avatar” [grifos nossos], no entanto não deve ultrapassar o trabalho
de uma aula.
2) Introdução: É o momento de apresentação do autor e da
obra. No entanto, essa biografia deve ser breve, pois entre outros contextos
ela é uma das que acompanham o texto. No momento da introdução é suficiente que
se forneçam informações básicas sobre o autor e, se possível, ligadas àquele
texto (COSSON, 2012, p. 60). É preciso falar da obra e de sua importância,
justificando assim a escolha. Mostrar a obra física ou até seu “avatar” no
suporte digital [grifos nossos], chamando a atenção para a capa, a contracapa, a
orelha, o prefácio e outros elementos paratextuais que introduzem a obra.
3) Leitura: Etapa essencial da proposta de letramento
literário, o acompanhamento da leitura (diagnóstico). A leitura escolar precisa
de acompanhamento porque tem uma direção, um objetivo a cumprir, e esse
objetivo não deve ser perdido de vista (COSSON, 2012, p. 62). O professor não
deve vigiar o aluno para saber se ele está lendo o livro impresso e/ou digital
[grifos nossos], mas sim acompanhar o processo de leitura para auxiliá-lo em
suas dificuldades, inclusive aquelas relativas ao ritmo da leitura (p. 62). O
autor propõe que se o livro for extenso que a leitura possa acontecer em sala,
em casa, na biblioteca ou até em suporte digital [grifos nossos], porém faz-se
necessário trabalhar com os intervalos de leitura, ou seja, com momentos de
reflexão e parada que pode ocorrer por meio de uma conversa, desenvolvimento de
atividades específicas sobre um capítulo ou pela incorporação de outros textos
que promovam a intertextualidade com a obra. A observação de dificuldades
específicas enfrentadas por um aluno no intervalo é o início de uma intervenção
eficiente na formação de leitor daquele aluno (p. 64).
4) Interpretação: É o momento de construção dos sentidos, por
meio de inferências que envolvem o autor, o leitor e a comunidade. Para Cosson
(2012, p. 64), a interpretação envolve práticas e postulados numerosos e
impossíveis de serem conciliados, pois toda reflexão literária traz implícita
ou explicitamente uma concepção do que seja interpretação ou de como se deve
proceder para interpretar textos literários. Essas interpretações acontecem em
dois momentos: um interior (que passa pela decifração/pelo íntimo, por meio da
história de leitor do aluno, das relações familiares e tudo que constitui o
contexto de leitura) e o outro exterior (quando ocorre a materialização da
interpretação como ato de construção de sentido em uma determinada comunidade,
por meio compartilhamento da interpretação com os colegas e professor). As
atividades de interpretação devem ter como princípio a externalização da
leitura, isto é, seu registro (p. 66). É aqui que se propõe um trabalho de
letramento digital [grifos nossos], para que os alunos possam exteriorizar o
que compreenderam, por meio da exposição de seus registros (desenho, resenha,
paródia, vídeo, fotografia, escrita, artes plásticas, expressão corporal entre
outros) em um Blog Literário.
COSSON, R. Letramento Literário: teoria e prática.
2.ed. São Paulo: Contexto, 2012.
muito bom !! me ajudou muito.
ResponderExcluirÓTIMO, COM ESSAS INFORMAÇÕES VOU FAZER UMA BOA PROVA.
ResponderExcluirExcelente!Tirou as minhas dúvidas de como trabalhar o meu projeto de pesquisa com os meus alunos.
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